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Monitoramento térmico indica altas temperaturas no local | Foto: Cedida
A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil divulgou, nesta terça-feira (4), que o monitoramento térmico do incêndio subterrâneo que atinge uma área de depósito de lixo irregular no Parque Furquim indicou temperaturas de 97°C na superfície e 190°C em profundidade, em Presidente Prudente (SP).
Além disso, nesta terça-feira, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) afirmaram que identificaram risco de explosão na área onde há mais de três semanas ocorre o incêndio.
A operação de combate já utilizou mais de 1 milhão de litros de água potável, reduzindo em 99% os focos ativos. O monitoramento térmico indicou temperaturas que caíram progressivamente, confirmando o avanço no processo de extinção.

Os atendimentos começaram na madrugada do dia 12 de outubro, quando o primeiro chamado foi recebido pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil.
No dia 21 de outubro, uma força-tarefa com a participação das Defesas Civis de municípios vizinhos, o Corpo de Bombeiros, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Polícia Ambiental, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), concessionárias Cart e Eixo-SP, além de usinas e empresas da região.
Conforme a Defesa Civil, as equipes permanecem em monitoramento diário com câmeras térmicas até a eliminação total dos focos remanescentes.
Mesmo com o incêndio controlado, o mau cheiro do material queimado ainda é perceptível na região, o que levou o Ministério Público do Trabalho a recomendar a paralisação temporária das atividades na unidade do Serviço Social da Indústria (Sesi), no Parque Furquim.
De acordo com a Prefeitura de Presidente Prudente, a medida, de caráter preventivo e autônomo da instituição, não tem relação com as ações realizadas pela força-tarefa.
Ainda segundo o comunicado divulgado pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, todas as etapas do trabalho seguiram a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (Lei Federal nº 12.608/2012), às diretrizes da Cetesb e os protocolos internacionais de combate a incêndios subterrâneos reconhecidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e pela ONU Meio Ambiente (UNEP).
O município informa ainda que a área em questão apresenta histórico de descarte irregular de resíduos, situação que já está sendo tratada pela Procuradoria Geral do Município e pela Secretaria de Assuntos Jurídicos, com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
No dia 23 de outubro o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), através do promotor de Justiça Gabriel Lino de Paula Pires, que é integrante do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), instaurou um inquérito civil para apurar as responsabilidades e os impactos ambientais e sanitários sobre o incêndio.
Em nota enviada ao Portal CBN Prudente, nesta terça-feira, o promotor de Justiça afirmou segue acompanhando a situação.
"O evento vem sendo tratado como situação de risco ambiental e sanitário relevante, tendo motivado a instauração de Inquérito Civil para apuração das responsabilidades, bem como a expedição de recomendações administrativas à Prefeitura Municipal, à Cetesb, à Defesa Civil Estadual, ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar Ambiental, determinando a adoção imediata de medidas de contenção, isolamento da área, fiscalização e remoção dos resíduos depositados irregularmente. Em reunião recente, realizada em 3 de novembro de 2025, com a participação do Gaema, da Cetesb e do Corpo de Bombeiros, foi relatado que os focos de fumaça foram considerados extintos em sua grande maioria, mas seguem em monitoramento contínuo. Novas emissões foram detectadas ao longo dos últimos dias, sendo prontamente atacadas e controladas. As equipes do Corpo de Bombeiros permanecem em monitoramento diário, diante da possibilidade de queima residual no material enterrado. A Cetesb assumiu o compromisso de verificar a possibilidade de realizar avaliações complementares sobre a qualidade do ar e encaminhar ao Gaema relatório técnico com as medidas de remediação ambiental. O Ministério Público do Trabalho também tem atuado, tendo em vista os reflexos do evento sobre a saúde de trabalhadores e a suspensão temporária das aulas na unidade do Sesi Presidente Prudente. O Ministério Público continuará acompanhando de forma direta e permanente o caso, avaliando a adoção de medidas judiciais ou extrajudiciais cabíveis à luz das conclusões técnicas e das providências implementadas pelos órgãos responsáveis", afirma a nota enviada pelo promotor Gabriel Lino de Paula Pires ao Portal CBN Prudente.
