Workshop 'Restauração Ecológica em Reserva Legal de Mata Atlântica' | Foto: Ed Carlos
A Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), de Presidente Epitácio (SP), realizou na noite desta quinta-feira (31) o workshop “Restauração Ecológica em Reserva Legal de Mata Atlântica”.
O evento ocorreu no Anfiteatro "João Brilhante" e teve em sua programação a contemplação do pôr do sol, plantio de árvore ao lado do Anfiteatro e a apresentação dos detalhes do projeto que viabilizou o plantio de mais de um milhão e 200 mil mudas de espécies arbóreas nativas, nas margens do Rio Paraná, iniciativa que, inclusive, está proporcionando o retorno da fauna e prestando inúmeros serviços ambientais para a população.
O ambientalista e presidente da Apoena, Djalma Weffort, afirmou que a programação da noite de quinta-feira superou as expectativas.
“O evento superou as nossas melhores expectativas. Ele foi excelente, foi lindo, foi emocionante. O ponto alto foi um plantio simbólico de um Ipê-rosa que nós fizemos com uma criança para representar o futuro. E as pessoas que participaram estão comprometidas com a causa ambiental: a Polícia Ambiental, técnicos, Organizações Não Governamentais [ONGs], o vice-prefeito eleito em Presidente Epitácio, algumas empresas de iniciativa privada. Então, foi muito candente, com muito conteúdo. Nós fizemos uma retrospectiva de mais de 25 anos de restauração florestal que a Apoena vem executando aqui na margem do Rio Paraná. [...] Foi um ponto alto desse ano na Apoena”, disse Weffort.
Segundo Djalma, o número de pessoas que compareceram ficou abaixo do esperado devido a fatores externos, mas, mesmo assim, ele menciona que a iniciativa foi bem sucedida.
“Por outro lado, o público foi bem abaixo da nossa expectativa. No horário houve também uma mudança de tempo, pode ter afastado as pessoas, parecia que ia chover, e algumas pessoas que por alguma razão ou outra não puderam comparecer. Então, a gente esperava um público maior, mas, de qualquer forma, foi muito importante para nós e, principalmente, para a sociedade e para as pessoas que participaram desse evento e estão cada dia mais entendendo a importância da conservação do meio ambiente”, afirmou o ambientalista.
Entre os participantes, Djalma mencionou a presença do "Guardião do Pantanal Paulista", José Aparecido dos Santos Nascimento, uma figura importante na luta pela conservação ambiental.
"O seu José, que também é conhecido como 'José Piloteiro', é um reassentado do enchimento do lago de Porto Primavera e ficou bem próximo dessa área natural na foz do Rio do Peixe. Então ele atende turistas, pesquisadores, é fotógrafo, nosso trabalho de pesquisa lá no Rio do Peixe é com ele. Ele é um piloteiro experiente e já faz 25 anos que ele está nessa atividade, então ele se tornou uma espécie assim de guardião. Ele denuncia pesca ilegal, caça. Ele registra algumas espécies da fauna, então é uma pessoa valiosíssima, ele era um ilhéu, e agora ele é um protetor do meio ambiente voluntário, ele faz isso porque a natureza está no coração dele", contou Weffort.
O cerimonial do workshop foi conduzido pelo escritor Carlos Freixo e pela jornalista Cris Campos, da Associação Prudentina de Escritores (APE), de Presidente Prudente (SP). A ecóloga Adriana de Castro da Silva esteve à frente da palestra apresentada e mencionou que eventos como esse devem ser realizados mais vezes.
"O evento abordou um tema que aparentemente pode parecer algo de uma seara estritamente técnica, a restauração florestal, mas ele veio numa roupagem, ele foi apresentado numa roupagem que se comunica com o cidadão. Então, eventos nessa modalidade precisam ser infinitamente replicados, ele precisa falar com o cidadão não técnico, com o comércio, com a população rural, com associação comercial, ele precisa falar com setores que compõem a sociedade, né? E foi de uma leveza, foi de uma naturalidade, porque mesmo expondo toda a rotina árdua do que envolve um processo de restauração florestal, invasões, incêndio, estiagem ou chuvas torrenciais e todos os intempéries que acontece, teve essa leveza de trazer poesia na figura de um poeta que esteve presente, música, rotinas do dia a dia, exposições, então, esse evento comunica com a população, ele toca o coração e ele enseja que a população tire, saia do campo das ideias e venha para a prática, porque todo mundo, independente de faixa etária, de condição, tem algo de muito precioso pra contribuir com a natureza", concluiu a ecóloga.