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Terça-feira, 04/11/2025, 13:44

Pesquisadores identificam risco de explosão em área onde ocorre incêndio subterrâneo no Parque Furquim

Fumaça tóxica persiste já há mais de três semanas no local.

Por: CBN Prudente
Incêndio subterrâneo atinge depósito irregular de lixo |

Incêndio subterrâneo atinge depósito irregular de lixo | Foto: Cedida

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificaram risco de explosão na área particular onde há mais de três semanas ocorre um incêndio subterrâneo em um depósito irregular no Parque Furquim, em Presidente Prudente (SP). Ainda não existe previsão de quando o incêndio será completamente controlado. Em razão da fumaça tóxica gerada no local, todas as atividades presenciais na unidade do Serviço Social da Indústria (Sesi) que funciona na vizinhança, inclusive aulas dos ensinos fundamental e médio, tiveram de ser suspensas por tempo indeterminado.

Representantes dos departamentos de Cartografia e Física, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Unesp, já estiveram no depósito de lixo para coletar dados do local que voltou a emitir fumaça. 

O grupo coletou amostras do solo para análise e realizou a captação de imagens aéreas utilizando um drone para estimar o volume do aterro.

Após a coleta de campo, os pesquisadores retornaram para o campus da Unesp para estudarem as imagens e as amostras do solo do aterro clandestino, no Laboratório de Análises de Resíduos Agrotóxicos (Lara), para preservar suas características químicas. 

No laboratório, vão analisar as concentrações de metais pesados, como chumbo, cádmio e mercúrio, e de compostos orgânicos possivelmente formados durante a combustão, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (Pahs) e dioxinas. Parâmetros como PH, condutividade e teor de carbono orgânico também podem fornecer pistas que ajudam a entender as alterações químicas provocadas pelo fogo.

Esses resultados vão indicar possíveis riscos ambientais e subsidiar futuras ações de monitoramento e recuperação da área.

O CBN Notícias 1ª Edição entrevistou com exclusividade o vice-diretor da FCT/Unesp, professor doutor Ricardo Pires de Paula, que explicou como vão auxiliar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para extinguir o fogo subterrâneo naquela área.
 

Vice-diretor da FCT/Unesp, professor doutor Ricardo Pires de Paula | Foto: Reprodução

 

"Nós estivemos em visita lá na sexta-feira de manhã, fizemos imagens com drones para o pessoal da engenharia, cartografia e agrimensura poder trabalhar essas imagens para podermos estimar o volume de resíduos que compõe aquela montanha de terra e demais resíduos. Nesse sentido, também tentar colaborar para que o poder público tome as decisões que precisam ser tomadas. Também  foi feita a coleta do solo para fazer aqui nos laboratórios da Unesp para termos também o levantamento dos materiais contaminantes que a gente encontra ali. Por se tratar de um lixão que durante muito tempo funcionou sem esse controle, não sabemos o que tem ali", explicou Ricardo Pires de Paula.

 

 

"Utilizamos drones com câmeras térmicas, e temos acompanhado que o problema é lidar com os focos de incêndio subterrâneo. Com essas imagens térmicas, vamos poder passar para o Corpo de Bombeiros essas informações, diversidade de pontos de calor mostrados pelas câmeras térmicas, podem existir riscos de alguma pequena explosão  em contato com esses gases que estão ali sendo emitidos e riscos aos próprios trabalhadores que estão ali trabalhando", alertou o professor doutor.

 

 

"A intenção de reunir o maior número possível de informações para repassar aos órgãos públicos. De imediato, nosso objetivo tem sido de fazer essa análise, é uma análise que é demorada em relação aos componentes químicos desse solo, então, não será uma análise que sai rapidamente, e em paralelo trabalhamos essas imagens para poder identificar de forma mais precisa ou mais próxima o que tem sido a origem desses incêndios subterrâneos", disse Ricardo Pires de Paula. 

 

 

Veja a entrevista completa:

 

CBN Presidente Prudente

 

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