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Ex-deputado federal José Dirceu visitou a sede da TV Fronteira, onde foi recebido pelo empresário Paulo Lima, dono da emissora, nesta quinta-feira (2), em Presidente Prudente (SP) | Foto: Isabela Gomes/Portal CBN Prudente
Durante o cumprimento da agenda no Oeste Paulista, o ex-deputado federal José Dirceu (PT) visitou na manhã desta quinta-feira a sede da TV Fronteira, em Presidente Prudente (SP).
Acompanhado pelo dono da emissora, empresário Paulo Lima, o político conheceu as instalações e o estúdio da rádio CBN Prudente, onde também concedeu uma entrevista aos jornalistas Murilo Zara e Paula Sieplin (veja o vídeo no fim desta reportagem).
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De acordo com Dirceu, que exerceu os cargos de deputado estadual por São Paulo no mandato de 1987 a 1991 e de deputado federal entre os anos de 1991 e 2005, o intuito da visita foi rever os amigos, o município e abordar a questão atual do país.
“O Brasil acabou de aprovar um projeto importante para o país, que é a isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil, porque o imposto sobrecarrega muito a família de um trabalhador, pesa muito e prejudica muito a economia. Quanto mais renda o trabalhador tem, mais compra ele faz, mais gasto ele faz, e, se ele pagar muito juros, muito imposto, isso é muito ruim para a economia”, explicou durante a entrevista.
“O objetivo é falar sobre isso também, falar sobre o [Donald] Trump [presidente dos EUA], sobre o tarifaço, falar um pouco da Europa, da China, as mudanças geopolíticas e defender sempre a democracia, porque sem democracia nós não podemos nem estar dando essa entrevista aqui. É importante também fortalecer os partidos políticos, fortalecer e mudar o parlamento”, contou Dirceu.
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Questionado sobre o cenário político brasileiro e a próxima eleição em 2026, Dirceu compartilhou que seu partido possui como candidato o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o apoio de outros parceiros políticos.
“Há uma tendência de continuar o Lula, porque, se a economia cresce, o emprego, a renda, se o governo vai diminuindo cada vez mais os problemas. O tarifaço, o governo conseguiu tomar uma série de medidas que evitou um impacto muito grande na economia brasileira, mas ao mesmo tempo o governo está cuidando das famílias. A luz vai ser isenta de pagamento até 80kWh, agora o Imposto de Renda até R$ 5 mil vai ser isento, tem o vale-gás, tem o Pé de Meia para a juventude não deixar o estudo para ir trabalhar...”, ressaltou durante a entrevista.
“O Brasil é um país que recebe as empresas, elas têm acesso ao nosso mercado, nós queremos as transferências de tecnologias, investimento, mas também temos exigências nossas. Como essa questão das big techs, elas podem vir para o Brasil, mas elas têm que respeitar a legislação brasileira, como está acontecendo na Europa”, salientou Dirceu.
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Sobre seus próximos passos na política, o petista concluiu que pretende se candidatar a deputado federal em 2026.
“Eu recebi um apelo público do presidente para voltar para a Câmara, até para fazer justiça, porque eu fui cassado por razões políticas, não havia nenhuma prova contra mim. Eu quero que o povo de São Paulo me dê a oportunidade, de pedir ao eleitor, eleitora, que me faça a reparação dessa injustiça e me dê novamente o mandato de deputado no ano que vem”, pontuou Dirceu.
"Retomei minha agenda, por mais de 30 anos estive aqui nessa região como deputado estadual, deputado federal, candidato a governador, dirigente do Partido dos Trabalhadores, fazia muito tempo que eu não vinha para cá. O objetivo é conversar falar, debater um pouco o Brasil de hoje, o mundo de hoje, as mudanças que estão acontecendo no mundo e aqui em nosso país e falar um pouco da política, da eleição do ano que vem, das votações da Câmara dos Deputados, do tarifaço do Trump, da ida do presidente Lula à ONU [Organização das Nações Unidas] e dos avanços que temos conseguido para o nosso país. Ontem mesmo a Câmara dos Deputados aprovou a isenção do Imposto
de Renda até R$ 5 mil que vai beneficiar milhares de famílias brasileiras, é quase um 14º salário", explicou o petista.
José Dirceu também falou que é contra qualquer proposta de anistia aos réus condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.
"Inclusive, o relator do suposto projeto, o [deputado federal] Paulinho [Paulo Pereira da Silva], que é do partido Solidariedade, tem dito que vai me procurar, está falando há três dias que vai me procurar, mas ele já sabe que eu sou contra, porque não há como dar anistia, acredito que a opinião pública e o Congresso aprove, o presidente do Senado disse que não pauta, e essa questão de redução de pena é uma coisa bastante ridícula, porque durante esses últimos dez anos o que se fez no Congresso foi aumentar a pena contra todas as indicações do mundo todo que o sistema carcerário não suporta mais presos, aliás, está em falência, é um dos principais meios do crime organizado recrutar jovens. O Estado brasileiro, os estados, principalmente, não consegue sequer ter um sistema penitenciário seguro, eficiente, portanto, reduzir pena vai ter que mudar o Código Penal. Se a pena é de oito a doze anos, por de quatro a oito, se é de quatro a oito, se é de quatro a oito, por de dois a seis, é uma coisa meio irreal. É melhor o país cuidar de outros problemas que nós temos, o tarifaço, a inflação, juros, a dívida pública, a educação, a saúde, a segurança pública, do que nós ficarmos voltando a esse tema da anistia, cada um tem que assumir as responsabilidades pelos atos que praticou e responder por isso perante a Justiça e a Justiça já se pronunciou, o Supremo Tribunal Federal [STF] já julgou", argumentou Dirceu.
