‘É no mínimo imoral’, diz vereador Mauro Neves sobre projeto que propõe reajustes de quase 50% para cargos da Prefeitura de Presidente Prudente
Proposta deve ser votada na noite desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal.
Câmara Municipal de Presidente Prudente (SP) | Foto: Arquivo/TV Fronteira
Há um projeto em tramitação na Câmara de Vereadores de Presidente Prudente (SP), de autoria da Mesa Diretora composta por Tiago Santos de Oliveira (PP), Nathalia Barbosa Gonzaga da Santa Cruz (PSDB) e Wellington De Souza Neves (Republicanos), que pretende aumentar o salário do prefeito do município, no ano que vem, em mais de 20%, e a remuneração de secretários municipais e do vice-prefeito em mais de 48%. O projeto deve ser votado na noite desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal.
O vereador Mauro Marques das Neves (PODE), que é contra a aprovação da proposta, foi entrevistado pelos apresentadores Tiago Rodrigues e Talita Lopes no programa Estúdio CBN Fronteira, quando comentou sobre o cenário.
“Eu acho que não é o momento, porque essa correção deveria ter sido feita, ao meu ver, pelo menos uns 180 dias antes da eleição, porque hoje nós sabemos quem serão os beneficiados com esses reajustes. Inclusive, o presidente da Mesa Diretora é um dos autores do projeto, assinando junto com a Nathalia e Welington Bozo. Pelo o que foi divulgado na imprensa, ele será secretário e, se assim proceder, se realmente for isso, ele está legislando em causa própria, porque já se sabe que ele será o secretário e ele apresentou esse projeto, então, ao meu ver, é no mínimo imoral”, afirmou Neves.
Segundo ele, a maioria dos moradores de Presidente Prudente também é contrária à aprovação do projeto, e os vereadores deveriam considerar a opinião pública.
“O que a gente vê aí é praticamente 100% da população de Presidente Prudente totalmente contrária [a este reajuste], então, é realmente um reajuste abusivo, chega a passar de 48%. Eu acho que os vereadores precisam ouvir a população, fazer a vontade da população. Teria que ter sido feito esse reajuste bem antes, não após a eleição, esperar a população ir às urnas, escolher seus representantes, confiando nos representantes, para tomar um tapa na cara, uma apunhalada pelas costas, esse é o meu modo de ver, porque realmente é um abuso”, pontuou ele.
Ainda de acordo com o vereador, o reajuste proposto é ilegal.
“Ficou comprovado no parecer jurídico, um estudo em torno de 25 páginas, justificando, enquadrando as leis e normas, que o projeto, perante a lei, é ilegal”, disse o parlamentar.